Cinco dicas de narrative designer pra quem vai participar da Global Game Jam

Narrativando
3 min readJan 22, 2021

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Aproveitando que a partir do dia 27 de Janeiro de 2021 estarei como mentora na sede Sampa Diversa da Global Game Jam 2021, vou lançar aqui algumas dicas de narrative designer pros nossos jammers. Vamos lá!

Logo da Sampa Diversa, sede local da Global Game Jam (criado pela artista Barbara Câmara).

1 — Cuidado pra não fugir do tema: Veja bem, eu entendo que as vezes a gente não ta em sintonia com o tema ou desconhece certas questões, mas é nessa hora que você tem que pesquisar por referências, mas isso num te impede de inovar! Recentemente numa game jam sobre “torres” fizemos um jogo que é basicamente um campeonato de quem bebe uma torre de chopp primeiro. Em resumo, o tema é importante mas não quer dizer que não possa ser flexível, como diz o clichê executivo “pense fora da caixa”.

2 — Saiba reconhecer os limites de tempo: A frase que mais ouço de membros de equipes que abandonaram game jam é “…os caras queriam fazer um GTA da vida…”. Gente, o jogo é de Game Jam, tem que estar pronto num curto espaço de tempo, não adianta querer fazer uma saga absurda ou implementar trocentas mecânicas de jogo do dia pra noite. Então para não terminar a Jam em frustração, avalie bem o tamanho do projeto, e se necessário corte coisas do escopo sem dó.

3 — Conheça sua equipe: Não adianta tu querer contar uma história com robôs gigantes batalhando no espaço se na sua equipe não tem um artista que saiba desenhar esse tipo de coisa ou alguém que entenda de alguma engine onde é possível tornar a sua ideia realidade. Antes de tudo, converse com os membros do seu grupo e veja quais são as afinidades deles e o que eles estão acostumados a fazer. Lembre-se narrative designer também é um game designer, portanto saiba valorizar o que tem de melhor em cada membro da sua equipe.

4 — Mecânica é importante mas não é tudo: Você pode ser extremamente competente para adicionar e criar mecânicas de jogo interessantes, mas uma história com personagens carismáticos adiciona muito ao game. Um exemplo muito atual pra mim é o jogo The Messenger, que se trata de um metroidvania muito bem feito e com mecânicas legais, mas que além disso tudo tem personagens extremamente carismáticos e humor na medida certa. E caso mecânica não seja o forte do grupo, saibam que tá cheio de jogo simples por ai que atingiu extremo sucesso porque tem uma história muito bem feita.

5 — Não se esqueça que existe vida pós Jam: Não ficou satisfeito com o resultado final? Queria ter feito algo melhor? Ficou faltando algo? Gente, a vida num termina após a Jam. Se a equipe num tiver “tretado”(o que acontece ás vezes rs) vocês podem muito bem retomar e finalizar o jogo depois. Mas para que o grupo não se desmobilize vocês precisam manter contato. Um jogo concebido numa game jam, mas se bem trabalhado pode se tornar algo com algum futuro depois.

Lembre-se uma game jam também é para se divertir, dar risadas, não cobre demais os colegas além do necessário. Faça umas pausas pra relaxar, brinque com seu cachorrinho, faça networking, tire algum minutos pra conhecer os mentores e organizadores, converse com outros jammers, nada de estresse, aproveite a maior game jam do mundo. Nesse tempos difíceis de pandemia e isolamento faça com que a GGJ se torne uma lembrança digna de se guardar pra sempre. Abraços e uma boa GGJ para todes! #ggjsampadiversa21

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Narrativando

Melina Juraski — Game/ Narrative Designer, Roteirista, Narradora profissional, Escritora de RPG, Geógrafa e Publicitária.